Tal qual esta Lisboa, roupa posta á janela Tal qual esta Lisboa, roxa jacarandá Sei de uma outra Lisboa, de avental e chinela Ai Lisboa fadista, de Alfama e oxalá Lisboa lisboeta, da noite mais...
Sou do fado, como sei Vivo um poema cantado Nos fados que eu inventei A falar não posso dar-me Mas ponho a alma a cantar Que as almas sabem escutar-me Chorai, chorai poetas do meu país Troncos da...
Era assim, tinha esse olhar A mesma graça, o mesmo ar Corava da mesma cor Aquela visão que eu vi Quando eu sonhava de amor Quando em sonhos me perdi Aquela visão que eu vi Quando eu sonhava de amor...
Num banco de jardim uma velhinha Está tão só com a sombrinha Que é o seu pano de fundo. Num banco de jardim uma velhinha Está sozinha, não há coisa Mais triste neste mundo. E apenas faz ternura, não...
Nasce o dia na cidade, que me encanta Na minha velha Lisboa, de outra vida E com um nó de saudade, na garganta Escuto um fado que se entoa, à despedida E com um nó de saudade, na garganta Escuto um...
De manhã a vender na Avenida, Ou à tarde nas ruas da Baixa Está o cauteleiro A gritar que há horas na vida À carteira de que não tem Pão porque não tem dinheiro. Tantos contos que são a taluda,...
Já de novo a meus olhos aparecem A graça, o riso, as flores da alegria Já na minha teimosa fantasia Cuidados que velavam, adormecem Nascemos para amar! a humanidade Vai tarde ou cedo, aos laços da...
No teu poema Existe um verso em branco e sem medida Um corpo que respira, um céu aberto Janela debruçada para a vida No teu poema existe a dor calada lá no fundo O passo da coragem em casa escura E,...
Talvez a mãe fosse rameira de bordel Talvez o pai um decadente aristocrata Talvez lhe dessem à nascença amor e fel Talvez crescesse aos tropeções na vida ingrata Talvez o tenham educado sem maneiras...
Duas lágrimas de orvalho Caíram nas minhas mãos Quando te afaguei o rosto; Pobre de mim, pouco valho P'ra te acudir na desgraça P'ra te valer no desgosto Porque choras não me dizes Não é preciso...