Eu vi partir no mês de Outono as andorinhas E uma vi eu, querer-se mostrar mais desenvolta Que chilreado elas faziam, coitadinhas Talvez dizendo o seu adeus, até à volta Essa ficou junto ao beiral do...
Palavras que disseste e já não dizes, Palavras como um sol que me queimava, Olhos loucos de um vento que soprava Em olhos que eram meus, e mais felizes. Palavras que disseste e que diziam Segredos...
Agarro a madrugada como se fosse uma criança, uma roseira entrelaçada, uma videira de esperança. Tal qual o corpo da cidade que manhã cedo ensaia a dança de quem, por força da vontade, de trabalhar...
Revejo tudo e redigo Meu amor de toda a hora Minha amante, minha amiga Amanhã, ontem, agora Revejo tudo e consigo Um amor quase perfeito Eu já nem sei se é comigo Se é contigo que me deito No linho...
SE UMA GAIVOTA VIESSE TRAZER-ME O CÉU DE LISBOA NO DESENHO QUE FIZESSE NESSE CÉU ONDE O OLHAR É UMA ASA QUE NÃO VOA ESMORECE E CAI NO MAR QUE PERFEITO CORAÇÃO, NO MEU PEITO BATERIA MEU AMOR NA TUA...
Jà te chamaram rainha Cidade-mãe da tristeza Jà te chamaram velhinha Menina e moça, princesa Jà rimaram o teu cais Com gaivotas e marés Querem saber onde vais Não querem saber quem és Vão chorando as...
Uma bola de pano, num charco Um sorriso traquina, um chuto Na ladeira a correr, um arco E o céu no olhar, dum puto. Uma fisga que atira a esperança Um pardal de calções, astuto E a força de ser...
Composição: Frederico de Brito Canoa de vela erguida, Que vens do Cais da Ribeira, Gaivota, que andas perdida, Sem encontrar companheira O vento sopra nas fragas, O Sol parece um morango, E o Tejo...
Era assim, tinha esse olhar A mesma graça, o mesmo ar Corava da mesma cor Aquela visão que eu vi Quando eu sonhava de amor Quando em sonhos me perdi Aquela visão que eu vi Quando eu sonhava de amor...
Azulejos da cidade, Numa parede ou num banco, São ladrilhas da saudade Vestida de azul e branco. Bocados da minha vida, Todos vidrados de mágoa, Azulejos, despedida Dos meus olhos, rasos de água. À...