Ao vivo no coliseu dos recreios de lisboa

Foi por vontade de Deus Que eu vivo nesta ansiedade. Que todos os ais são meus, Que é toda a minha saudade. Foi por vontade de Deus. Que estranha forma de vida Tem este meu coração: Vive de forma...
Sou do fado, como sei Vivo um poema cantado Nos fados que eu inventei A falar não posso dar-me Mas ponho a alma a cantar Que as almas sabem escutar-me Chorai, chorai poetas do meu país Troncos da...
Já de novo a meus olhos aparecem A graça, o riso, as flores da alegria Já na minha teimosa fantasia Cuidados que velavam, adormecem Nascemos para amar! a humanidade Vai tarde ou cedo, aos laços da...
Talvez a mãe fosse rameira de bordel Talvez o pai um decadente aristocrata Talvez lhe dessem à nascença amor e fel Talvez crescesse aos tropeções na vida ingrata Talvez o tenham educado sem maneiras...
Palavras que disseste e já não dizes, Palavras como um sol que me queimava, Olhos loucos de um vento que soprava Em olhos que eram meus, e mais felizes. Palavras que disseste e que diziam Segredos...
Agarro a madrugada como se fosse uma criança, uma roseira entrelaçada, uma videira de esperança. Tal qual o corpo da cidade que manhã cedo ensaia a dança de quem, por força da vontade, de trabalhar...
Revejo tudo e redigo Meu amor de toda a hora Minha amante, minha amiga Amanhã, ontem, agora Revejo tudo e consigo Um amor quase perfeito Eu já nem sei se é comigo Se é contigo que me deito No linho...
SE UMA GAIVOTA VIESSE TRAZER-ME O CÉU DE LISBOA NO DESENHO QUE FIZESSE NESSE CÉU ONDE O OLHAR É UMA ASA QUE NÃO VOA ESMORECE E CAI NO MAR QUE PERFEITO CORAÇÃO, NO MEU PEITO BATERIA MEU AMOR NA TUA...
Jà te chamaram rainha Cidade-mãe da tristeza Jà te chamaram velhinha Menina e moça, princesa Jà rimaram o teu cais Com gaivotas e marés Querem saber onde vais Não querem saber quem és Vão chorando as...
Uma bola de pano, num charco Um sorriso traquina, um chuto Na ladeira a correr, um arco E o céu no olhar, dum puto. Uma fisga que atira a esperança Um pardal de calções, astuto E a força de ser...