A Júlia Florista Boémia e fadista, diz a tradição Foi nesta Lisboa Figura de proa da nossa canção Figura bizarra Que ao som da guitarra o fado viveu Vendia flores Mas os seus amores jamais os vendeu...
Sem capricho ou presunção Nesta torre de papel Deita sete olhares de mel Em metade dum limão Na noite mais traiçoeira Ruím, medonha, brutal Descontada a pasmaceira Do inferno do normal Se me vires a...
Acendem-se os olhos do dia Um sol feito de água e janelas Nas ruas e praças, na cal e na pedras No cais que abrigou caravelas Do alto das tuas muralhas É todo o teu corpo que eu vejo Vestido de...
Certa noite o meu destino Vi, nos teus olhos fatais; E fiquei tão pequenino Que desde então, imagino Segui-los p'ra onde vais Não sei voltar ao passado Nesta noite derradeira Vejo-te ainda a meu lado...
Amigo... abre também a tua voz e vem comigo Não cantaremos nunca mais o fado antigo Agora... em cada verso há um homem que não chora E o futuro é o sítio onde se mora Cantar é ser um pássaro de...
Se não sabes o que é fado Sem ter sombra de pecado Sem traições, corações aos baldões e paixões de vielas Se não fazes uma ideia Desta triste melopeia Que nos alegra e por via de regra chorámos com...
Tal qual esta Lisboa, roupa posta á janela Tal qual esta Lisboa, roxa jacarandá Sei de uma outra Lisboa, de avental e chinela Ai Lisboa fadista, de Alfama e oxalá Lisboa lisboeta, da noite mais...