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Eu sou Anthony Carilli, professor de Economia e diretor do
Center for Study of Political Economy no Hampden-Sydney College.
Hoje falarei sobre a maneira econômica de pensar.
A maneira econômica de pensar é uma ferramenta poderosa para entender o
mundo que começa com uma premissa bastante simples, e essa premissa é que:
Todos os fenômenos sociais emergem das ações e interações de indivíduos que
fazem escolhas após pesar custos e benefícios para si próprios.
Essa forma de pensar significa que, quando nós olhamos para o mundo,
as coisas que vemos não estão acontecendo aleatoriamente,
mas fazem parte de processos sociais que são parte de um processo de decisão,
são resultados de processos de tomada de decisão.
Então se você pensar a respeito e destrinchar essa frase temos ações,
interações e escolhas - todas são coisas bem importantes e diferentes.
Assumimos que a ação de um indivíduo, na forma econômica de pensar,
significa que as pessoas agem, ou escolhem.
E o significado de agir é aplicar meios para fins de acordo com ideias.
As pessoas têm ideias sobre a forma que podem alcançar objetivos
que gostariam de atingir, e chamamos esses objetivos de fins.
Para alcançar objetivos elas precisam de meios,
e meios são os métodos que elas usam para alcançar esses fins.
Então, se estou com fome por exemplo eu posso comer um cachorro-quente, um hambúrguer,
um pouco de sushi, há vários tipos diferentes de meios que posso alcançar esses fins.
Então se eu não sei se o sushi é bom ou comestível, então ele não é um meio para alcançar meu fim.
Tenho que escolher porque, apesar dos meus fins poderem ser ilimitados -
posso ter vários fins diferentes que desejo -
os meios que eu posso usar para alcançar esses fins são limitados.
Então o problema central da escolha ou ação é a escassez; se os meios não fossem
escassos não precisaríamos escolher e no mundo real os meios são escassos então precisamos escolher,
então se queremos entender escolhas reais sobre pessoas reais precisamos entender escassez.
O segundo aspecto é o da interação.
E interação significa se estou em um mundo social as decisões que eu
faço choca-se contra as decisões que as outras pessoas fazem.
Quando falamos sobre interação, o maior problema da interação é que há
uma multiplicidade de objetivos, seus objetivos são diferentes dos meus e algumas
vezes eles podem até ser incompatíveis, que significa que precisamos ter alguma
maneira de coordenar nossas atividades, precisamos ter uma forma de coordenar nossos planos.
Então a Economia é uma forma de ver a maneira que coordenamos uns aos outros.
Quando dizemos que fenômenos sociais emergem de ações de indivíduos e
interações esses fenômenos sociais são consequências não-intencionais dos indivíduos escolhendo.
Então os economistas acreditam que a escolha existe.
Também que só indivíduos escolhem; quando falamos de escolha não queremos
dizer escolha coletiva que um grupo pode escolher, mas que somente indivíduos podem escolher.
Então a ordem que vemos no mundo, se você vê pessoas caminhando na rua,
indo ao metrô, dirigindo seus carros ou vendo um filme no cinema, essas são todas ordens.
E essas ordens são espontâneas no sentido que ninguém intencionalmente fez aquelas ordens existirem;
elas acabaram existindo como consequências das escolhas que os indivíduos fizeram.
Quando olhamos ao mundo, a linguagem que falamos não é uma consequência intencional de ninguém;
o dinheiro que usamos não é uma consequência intencional de ninguém.
O preço é um exemplo.
O preço da gasolina quando eu saí de casa era de 3,39 dólares na esquina de onde eu moro.
Esse preço não foi da intenção de ninguém, foi um resultado, uma consequência não-intencional.
Em uma escala mais ampla, tudo que vimos em nossos fenômenos sociais
emergem dessas escolhas que não são planejadas por ninguém.
Isso significa que não precisamos de políticos, ditadores ou
outras pessoas nos dizendo como essas coisas devem ser.
Então o que a Economia faz, se pegarmos várias outras coisas como a cultura,
as regras do jogo, as leis que nos sujeitamos, e coisas desse tipo torna-se
uma ferramenta incrivelmente poderosa para entender a forma que o mundo funciona.
Um exemplo recente para entender isso é o que ocorreu após a perda da Stanley Cup por Vancouver.
Houve uma agitação em Vancouver, e muitas pessoas estavam tentando entender a violência da multidão.
Da perspectiva econômica, é relativamente simples. Os indivíduos estão
fazendo escolhas em um meio que mudou, as regras do jogo que tinham mudaram.
O que aconteceu foi que se tornou mais barato pra mim agora virar e colocar
fogo num carro de polícia porque é menos provável que eu seja preso, porque estou no meio de um grupo.
Então essa mentalidade da multidão é na verdade sobre escolhas que os indivíduos estão fazendo.
E posso dizer a mesma coisa sobre o trânsito, à medida que assistimos o movimento
do trânsito e várias outras coisas que estão no nosso meio. Então se pegarmos
essas ideias sobre as escolhas e tudo isso, se entendemos coisas como
propriedade privada e que as regras de jogo são importantes, podemos ver sentido no mundo social.
E a Economia é uma ferramenta poderosa para entender o mundo ao nosso redor.