Sinopse: Recife, 1978. Clécio Wanderley (Irandhir Santos) é o líder da trupe teatral Chão de Estrelas, que realiza shows repletos de deboche e com cenas de nudez. A principal estrela da equipe é Paulete (Rodrigo Garcia), com quem Clécio mantém um relacionamento. Um dia, Paulete recebe a visita de seu cunhado, o jovem Fininha (Jesuíta Barbosa), que é militar. Encantado com o universo criado pelo Chão de Estrelas, ele logo é seduzido por Clécio. Não demora muito para que eles engatem um tórrido relacionamento, que o coloca em uma situação dúbia: ao mesmo tempo em que convive cada vez mais com os integrantes da trupe, ele precisa lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura. Crítica: Tatuagem é daqueles filmes essenciais. Mais até do que pela sua qualidade, o longa-metragem dirigido por Hilton Lacerda se destaca mesmo é pela proposta que traz a um cinema brasileiro cada vez mais careta, onde certos assuntos são tratados como tabu e com um moralismo implícito cada vez maior. Dono de uma naturalidade impressionante no desenrolar da história, especialmente ao abordar assuntos densos e por vezes complicados pela polêmica inerente que trazem consigo, o filme na verdade ganha (muita) força ao tratar seus personagens sob a questão do afeto. Não importa se são homens ou mulheres, gays ou hetero, isto é mero detalhe. São pessoas, seres humanos, que se apaixonam uns pelos outros e, vivendo aquele momento, se entregam à força do que sentem sem pensar duas vezes. IMDB: ******