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História Invasões Holandesas - Cena 1
Professor: Renato Pellizzari
Vamos falar de mais um episódio da história do Brasil colônia: mais uma invasão estrangeira
na américa portuguesa. Já falamos em módulos anteriores sobre as invasões francesas, como
por exemplo a França Antártica e a França Equinocial.
Naquele momento, foi muito mais por questionarem o Tratado de Tordesilhas firmado entre Portugal
e Espanha do que por algum atrito junto à Coroa portuguesa. Nesse capítulo sobre o
Brasil-holandês, vamos ver que tivemos algumas especificidades. Para compreendermos perfeitamente
esse importante episódio da nossa história, vamos ter que entender três fatores que estão
correlacionados:
1 - A participação do capital holandês na economia açucareira.
2 - União Ibérica (União das coroas portuguesas e espanholas).
3 - Independência dos Países Baixos em relação à Espanha que vai ocorrer a partir de 1581.
Vamos entender de que forma esses três eventos relacionados vão levar à Invasão Holandesa
ao nordeste açucareiro. Lembremos, então, que para que fosse possível a organização
da empresa açucareira no Brasil, os holandeses participaram diretamente da organização
dos engenhos.
Com isso, esses grandes empresários holandeses também participaram de atividades altamente
lucrativas relacionadas ao açúcar brasileiro. Por exemplo:
- O transporte do açúcar; - O refino do açúcar;
- A comercialização do produto.
Embora pagassem impostos diretamente à Lisboa por todos esses eventos, a grande parte do
capital adquirido por meio do comércio do açúcar acabava ficando nas mãos dos grandes
empresários holandeses. No final do século XVI, em 1578, temos o
sumiçou/morte do rei português Dom Sebastião que, sem deixar herdeiros diretos, gera uma
crise dinástica, levando ao processo de União Ibérica.
Felipe II, rei da Espanha, anexa ao seu reino, o reino português, como vimos no módulo
anterior. A ascensão de Felipe II ao trono espanhol, não mexeu apenas com a vida política
portuguesa, mas também com a vida política e econômica de algumas províncias espanholas,
como os países baixos, que naquele momento, no século XVI, estavam submetidos à Coroa
espanhola.
Nesse contexto, os holandeses se organizaram e lutaram por sua independência em relação
à Espanha por três motivos principais:
- A postura absolutista do rei Felipe II; - Imposição do catolicismo;
- Aumento dos impostos na região;
Em 1581, pelo Tratado de Utrech, fica oficializada a independência da Holanda. No entanto, não
seria tão fácil quanto os holandeses esperavam. Uma grande guerra vai se estabelecer entre
Espanha e Holanda e se prolonga até 1609. A partir de 1621, os grandes investidores
holandeses que tornaram possível o negócio açucareiro no Brasil e lucravam muito com
esse comércio na Europa, vêem-se impedidos de manter esse rígido e lucrativo comércio
com os portos brasileiros, ou seja, os senhores de engenho brasileiros.
A pergunta agora é: será que esses investidores holandeses vão ficar satisfeitos com essa
situação? Claro que não. Exatamento no ano de 1621, acreditando na possibilidade
de proibição por parte da Espanha do comércio com o Brasil, é organizado, nos moldes de
uma compania semelhante fundada no início do século XVII, a Compania das Índias Ocidentais.
Ou seja, um grupo de investidores vai montar uma empresa, cujo objetivo é explorar possessões
ibéricas ocidentais. Assim como a Compania das Índias Orientais que a pouco se tem que
lutava para conquistar possessões ibéricas no Oriente.